Portugal só tem um barão da droga e velho

A notícia é fresca de ontem: O Tribunal da Relação de Lisboa rejeitou na quinta-feira um recurso interposto pelo arguido e alegado narcotraficante Franklim Lobo contra a medida de prisão preventiva que lhe foi aplicada em junho de 2020 pelo juiz de instrução.

Se pesquisarem narcotraficantes + Portugal só encontram Franklim Lobo. Gosto bastante desta: Franklim Lobo põe Estado português em tribunal. Veremos como corre. Outra peça sintetiza o sumo do caso:

Foi o único dos 27 arguidos que falou esta terça-feira em tribunal, mas ninguém lhe viu a cara. As ameaças de morte a si e à sua família empurraram-no para um programa de proteção de testemunhas que lhe permitiu não comparecer no Campus de Justiça, em Lisboa, onde está a ser julgado com dois ex-coordenadores da Polícia Judiciária, um militar da GNR e vários suspeitos ligados ao tráfico de droga internacional.

A Operação Aquiles apanhou duas trutas da PJ. Dias Santos  foi coordenador  de investigação criminal, no combate ao tráfico de estupefacientes da Polícia Judiciária., Ricardo  Macedo foi inspetor-chefe da Direção Central de Combate ao Tráfico de Estupefacientes. Isto deveria ter feito soar todos os alarmes, do forte da Ínsua em Caminha  ao promontório de Sagres, mas não: tudo normal, just another day at the office.

 

Como é possível que um país que é hoje um reconhecido narcoentreposto só apresente um nome, e velho, de um narcotraficante de primeira linha?

 

Por outro lado:

O mercado  europeu de drogas valia, em 2017, cerca de 30  biliões de dólares ( por baixo...), a canabis e a cocaína representando 70% deste valor. Cabo Verde é hoje um dos principais pontos de passagem da cocaína via Brasil e com apoio da mafia russa. É,  também, um local de eleição para lavagem de dinheiro da droga:

Cabo Verde concluded its National Assessment (NRA) in early November 2017. The NRA reflects the main money launderingand terrorist financing (ML/TF) risksthe country is facing and identified the main vulnerabilities related to ML/TF.Despite the significant efforts made in the identification and shared understanding of risks by all stakeholders at the national level, the methodology and approach adopted for the assessment of certain sectors, notably Designated Non-Financial Businesses and Professions (DNFBPs), especially real estate, dealers in precious metals and stones and other high value good, and non-profit organisations (NPOs),is inadequate.

Ora digam-me cá: quantas reportagens de investigação ( rotas, financiamentos, imobiliário, contas etc) feitas em Portugal  leram vossas mercês sobre estas ligações luso-caboverdianas?

 

 

 

 

 

publicado por FNV às 09:12 | link do post | comentar