Air Opium: de Vientiane a Marselha

Os militares franceses meteram o rabo entre as pernas em 1954, mas em Vientiane ficou uma bela trupe. Sobretudo...corsa.

Gerard Labensky , René "Babal" Enjabal e Bonaventure " Rock" Francisci, entre outros, ficaram célebres. Numa primeira fase, foram buscar ópio  ao Vietname e ao Cambodja.  Paul Louis Levet,  capo de Marselha, deslocou-se à região e activou a rede  que ficou conhecida como Babal Air Force.  Enormes quantidades de morfina base foram despachadas para a Europa do sul  via Tailândia. A famosa Frech Connection marselhesa  tinha aqui um dos seus pontos de apoio, mas, em bom rigor devia ter ficado conhecida como Sicilian-Corsican Connection.

Numa segunda fase, em 1955, Diem investe contra o ópio e o Vietname do Sul fica fechado.Três  anos depois, Ngo Dinh Nh reabre os dens de ópio e uma nova linha aérea é criada: Air Laos Commerciale. Todos os dias os pilotos levavam os aviões a Vientiane e recolhiam entre a 300 a 600 kilos de pasta de ópio ( cru). Anos depois, serão os americanos a montar  uma outra linha aérea de narcotráfico, inclusive em aviões militares ( até há  filmes muito conhecidos sobre isso...).  Neste artigo de 1972 do New York Times têm resumido o epílogo da coisa.

 

O que quero mostrar é apenas mais um exemplo da fragmentação e desordem das redes de narcotráfico. Por isso são muito difíceis de isolar e historiar. Sobre a famosa French Connection, produto de Hollywood  ( com o magnífico Gene Hackman no leading role):

 

The Marseille network was not a hierarchical organization under a single command, however, because the Corsican Mafia shared certain common characteristics with their Sicilian and Italian-American counterparts (...) .Corsican underworld also did not have control over the worldwide network, but was simply a link in the international, polyarchic heroin trade. The French Connection actually operated as a central part of a huge market. French drug dealers exported narcotics to the United States in response to a call from New York Sicilians. The Marseille underworld groups were, above all, commercial partners, or even sub-contractors, of the Cosa Nostra.

 

 

publicado por FNV às 11:21 | link do post | comentar