A construção de um narco-estado
Em 1995 escreviam V. Ruggiero e N. South sobre a coincidência do aumento de consumo de cocaína na Europa com a escalada do VIH/SIDA e faziam uma previsão: os cartéis e as cross-border multinational enterprisis vêem a Europa como uma enorme mercado continetal e não como países separados.
Daurius Figueira, um curiosíssimo autor tobaguenho ( que eu saiba o único tipo que publicou sobre um golpe islâmico em Trinidad e Tobago), teórico pós-colonial e da geopolítica das drogas, traça uma comparação entre a abordagem do narcotráfico nas Caraíbas e na Guiné-Bissau:
- Subdesenvolvimento
- Oligarquias predadoras prontas para a corrupção e vassalagem aos cartéis
- Posição geográfica: pontos de partida para os mercados a norte
- Fronteiros a países mais desenvolvidos que servem de quartel-general aos cartéis
Já aqui mencionei o caso guineense ( Bubo Na Tchito, Camara e outros generais) , só reforço outro ponto clássico da apropriação de um estado pelo narcotráfico: o desejo de alguma estabilidade. Na Tchito foi um dos vencedores do golpe de 2008 , um dos garantes da tal narco-estabilidade.
Portugal não é a Guiné, mas veremos como existem pontos de contacto.Um facto é indesmentível: