Baicá Sanhá e a gota no oceano
Abertura:
Esta parte seria cómica se não fosse uma desgraça:
Isto porque a Guiné-Bissau é há muito tempo um narcoestado. Bacai Sanhá não ia montar um drug regime. No máximo ia substituir um por outro. Rotação de efectivos.
A primeira referência à internacionalização narco na Guiné data de 2005 ( Mazzitelli, A. L. (2007). Transnational organized crime in West Africa: the additional challenge, International Affairs, 83-6, 1071-1090). Em Abril desse ano foram presos 19 estrangeiros latino-americanos e apreendidos 19 quilos de cocaína numa ilha do arquipelago dos Bijagós.
Nos dois anos seguintes duas apreensões de 670 e 635 kg. Em 2008 venezuelenanos descarregaram um avião de carga em Bissau, a polícia foi impedida de actuar por elementos do exército. No mês seguinte o almirante Bubo Na Tchuto foi demitido, tentou um golpe e fugiu. Em 2009 Nino Vieira, que tinha regressado em 2005 com dinheiro de narcos colombianos, é assassinado. Em 2011 a Guiné Bissau é reconhecida como um narcoestado. Em Março de 2013 a DEA prende na Argélia dois operacionais das FARC e três elementos da Al Qaeda. Numa audiência do Senado, James Clapper, na altura boss da DNI, identifica a Guiné Bissau como ponto auxiliar no financiamento do terrorismo .
Sei que estamos com os olhos postos na cocaína que o Brasil exporta, mas a zona conhecida como África Ocidental continua a jogar com ganchos e low kicks. A técnica do rip off:
Os números divulgados esta semana ( 22 toneladas apreendidas em 2023.), percebem agora por que motivo são uma gota no oceano. A cocaína que realmente passa por nós já terá ultrapassado, e muito, a regra do triplo