Equador e albaneses

Todos assistimos aos recentes acontecimentos. Villavicencio ( candidato presidencial)  e depois Briones ( do partido de Luíza Gonzales)  foram assassinados. Um dos cartéis, Los Lobos, veio a público dizer-se inocente. Talvez sim talvez não porque a luta entre os três principais cartéis está ao rubro.

Zurrita, sucessor de Villavicencio,  explicou bem:

No podemos continuar las investigaciones si no contamos con la participación de Colombia. Para entender el crimen de Villavicencio necesitamos hacer acuerdo y formar nuevos lazos con Colombia, el principal productor mundial de cocaína, añadió.

A caldeirada recente começou com o assassinato de Humberto Salazar ( dos Cubanos ) e com a morte por coronaviris de Geovanny Mantilla, lider dos Los Choneros. Como não podia deixar de ser, a coisa fermentou no sistema penitenciário equatoriano, onde outro grupo, Los Lagartos, dá cartas,  mas a partir de 2021 estalou para as ruas.

A recomposição da rede de cartéis tem de ser entendida à luz do reposicionamento do Equador no narco-xadrez sul-americano. As coisas estão por um fio e são muito bem explicadas aqui:

Pazmiño: Dois fatores influenciaram. O primeiro, o chamado efeito balão, que é a mudança de estratégia do crime organizado, que, atacado na Colômbia pelo governo do presidente Álvaro Uribe, buscou uma forma de continuar com o negócio transferindo parte de sua infraestrutura para outros países, incluindo Equador e Venezuela.

Em segundo lugar, há um transbordamento de 750 toneladas de cocaína [colombiana] para o território equatoriano, já que há uma faixa em direção ao Pacífico que inclui o departamento de Nariño, na Colômbia, e a província de Esmeraldas, no Equador, por onde saem 75% de toda a produção de cocaína na Colômbia.

Estas 750 toneladas anuais passam para o território equatoriano, saindo para a Europa pelos diferentes portos e aeroportos.

 

O que é fabuloso como sempre na história do narcotráfico é a criatividade. Uma das primeiras e principais conexões europeias dos cartéis equatorianos foi...albanesa. Dois grupos albaneses, os Axemi e os Rexhepi lançaram as bases para a diversificação europeia dos transbordos de cocaína equatoriana.

 

 

 

 

 

publicado por FNV às 19:21 | link do post | comentar