Morfina

Florence  Nightingale usava a morfina para recuperar  das suas rondas da candeia a tratar dos doentes. Numa carta a Harriet Martineau, em 1866,  escreveu: "Alivia por 24h,  mas não melhora a vivacidade nem o intelecto de uma pessoa" ( E. Cook, The Life a of Florence Nightingale, 1913, McMillan 1943).

Nightingale , nessa carta, referia a nova moda de  injectar (  "a curious new-fangled little operation of putting opium under the skin") .  Serturner, em 1805, tinha  um sal cristalino do ópio e deu-lhe o nome de  Morphium, de Morfeu.  Dois anos antes, Charles  Derosne também tinha isolado  o mesmo alcaloide: ficou conhecido com o sal de Derosne. Em 1836 a morfina já aparecia na London Pharmacopoeia.

O resto também é conhecido. Pravaz e Wood ( 1853-1855) , quase simultaneamente, inventam a seringa hipodérmica . A mulher de Wood morreu dependente de morfina. O que nos traz ao ponto pretendido:  nessa altura a medicina acreditava que a adição ao ópio ( que  já vinha do láudano) seria  resolvida se em vez do sistema digestivo a droga fosse injectada ( Hodgson, B.,  In the arms of Morpheus - The tragic History of laudanum, morphine and patented medecines, Firefly 2001).

 

 

Como sabemos, a previsão estava errada. A História das drogas está repleta de previsões erradas.

 

publicado por FNV às 10:44 | link do post | comentar